Call of Duty: Modern Warfare 2

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Uma campanha intensa, mas um pouco curta, cheia de acção, drama e adrenalina. «Modern Warfare 2» é tudo, ou ainda mais, do que um first person shooter (FPS) deve ser. O cenário da favela, com o Cristo Redentor omnipresente lá do alto, é fabuloso, a neve deixa-nos imersos num silêncio que se ameaça fatal, a cidade esburacada do Médio Oriente que nos baptiza faz-nos sentir um Rambo dos tempos modernos, orgulhoso com a sua missão de salvar o mundo. O novo COD é gun porn ao mais alto nível, muito bem trabalhado a todos os níveis e que nos faz cerrar o punho em euforia depois do último disparo. Oh yeah!!!!

Em seis horas, mais ou menos, chega ao fim a campanha. Essa é a pior notícia que pode receber quem acabou de gastar quase 70 euros, pvp recomendado, por um jogo. Talvez a melhor que as nossas glândulas supra-renais, as tais que produzem adrenalina, podiam ouvir, mas só mesmo estas ficam satisfeitas com o tempo que lhes dão de descanso. Em seis/sete horas, vá dois dias, se contarmos intervalos para comer, dormir e descansar os indicadores e polegares, chega ao fim a aventura. Por isso, «Modern Warfare 2» é curto. Demasiado curto. No entanto, talvez prevendo o anti-climax, a Infinity Ward juntou-lhe um modo novo de jogo, as «Spec Ops» (operações especiais), que podem ser jogadas online ou em split screen com um amigo ao nosso lado e reforçaram o multiplayer, impressionante a todos os níveis.

O jogo é também uma pirâmide de intensidade. Começa-se a andar com a campanha, cresce-se com as «Spec Ops» e atingimos a maturidade no multiplayer. O pior é apenas quando não nos identificamos com mais nada do que o primeiro nível do jogo.

A música de entrada, o genérico e a voz off preparam-nos para o que vem aí. Um filme ou um jogo que pretender dar-nos o mais próximo possível de uma experiência real, com uma arma nas mãos e perante rivais mortíferos. O objectivo é largamente conseguido. Os cenários são muito bons, embora se perceba que essa não foi a principal preocupação da Infinity Ward. Mas é magnífica a forma com o sniper funciona na neve ou aquela folha de papel a esvoaçar na favela do Rio. Os inimigos voltaram do último COD mais inteligentes: mudam de posição, tentam surpreender-nos, flanquear-nos, são bem mais letais. A experiência é fantástica.

O que é mau em «Modern Warfare 2»? Quase nada. Já se falou da profundidade do jogo, só peca por mais um pormenor: a trama. A forma como a história intervala com os momentos da acção. Aí sim, ficamos um pouco perdidos, à deriva entre as personagens. Mas quem se preocupou com tudo o resto a mais não é obrigado. Essencial para quem adora andar aos tiros, elevou a fasquia para os rivais FPS. São esses agora que têm de chegar lá acima.


Nota: 9/10